A Internet está trazendo consigo um novo modelo de educação,
uma forma diferente de aprendizagem, e precisamos entendê-lo, apropriar-nos
disso, ser protagonistas da mudança. É preciso conversar sobre isso porque a
existência dessa grande rede nos faz pensar na escola que temos: ainda tão
fechada, limitada, desconectada do mundo, da vida do aluno. Ainda tão distante
da realidade de imagens, sons, cores e palavras em hipermídia que constitui a
nossa vida hoje. Precisamos conversar sobre nossos sonhos para a escola. Pois,
se vocês não sabem, há séculos nós, pedagogos, acumulamos sonhos sobre a sala
de aula. Mas não soubemos concretizar muitos desses
sonhos. Talvez ainda não tivéssemos tempo, porque era preciso primeiro preparar
aulas, corrigir provas, anotar no quadro e nos cadernos tantas e tantas explicações.
De repente a tecnologia entra na escola e nos obriga a recuperar tudo isso. A
presença da máquina leva todo professor a se perguntar: como é a minha aula? Do
que decorre: será que o professor vai ser substituído pelo computador? E sabemos que a resposta é sim, não temos a menor dúvida.
Então será preciso que cada mestre se despeça da figura de
professor-transmissor de conteúdos que há em si mesmo, e que os alunos
abandonem seu papel de receptores passivos. Isso é o pior de todos nós, não nos
daremos mais a conhecer assim. Vamos tentar construir junto algo novo. É claro
que nós, professores, vamos precisar de ajuda: os alunos saberão nos dizer como
fazer. Será que eles aceitam serem nossos mestres? Acho que sim, é só por este
próximo milênio. Nessa nova sala de aula, na verdade todos será mestre.
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